(ESCOLA NAVAL - 2015) Leia o texto abaixo para responder (s) quest(es) a seguir. O reinado do celular De alto a baixo da pirmide social, quase todas as pessoas que eu conheo possuem celular. realmente um grande quebra-galho. Quando estamos na rua e precisamos dar um recado, s sacar o aparelhinho da bolsa e resolver a questo, caso no d pra esperar chegar em casa. Pra isso e s pra isso serve o telefone mvel, na minha inocente opinio. Ao contrrio da maioria das mulheres, nunca fui fantica por telefone, incluindo o fixo. Uso com muito comedimento para resolver assuntos de trabalho, combinar encontros, cumprimentar algum, essas coisas realmente rpidas. Fazer visita por telefone algo para o qual no tenho a menor pacincia. Por celular, muito menos. Considero-o um excelente resolvedor de pendncias e nada mais. Logo, voc pode imaginar meu espanto ao constatar como essa engenhoca se transformou no smbolo da neurose urbana. Outro dia fui assistir a um show. Minutos antes de comear, o lobby do teatro estava repleto de pessoas falando ao celular. Vou ter que desligar, o espetculo vai comear agora. Era como se todos estivessem se despedindo antes de embarcar para a lua. Ao trmino do show, as luzes do teatro mal tinham acendido quando todos voltaram a ligar seus celulares e instantaneamente se puseram a discar. Para quem? Para qu? Para contar sobre o show para os amigos, para saber o saldo no banco, para o tele-horscopo?? Nunca vi tamanha urgncia em se comunicar distncia. Conversar entre si, com o sujeito ao lado, quase ningum conversava. O celular deixou de ser uma necessidade para virar uma ansiedade. E toda nsia nos mantm refns. Quando vejo algum checando suas mensagens a todo minuto e fazendo ligaes triviais em pblico, no imagino estar diante de uma pessoa ocupada e poderosa, e sim de uma pessoa rendida: algum que no possui mais controle sobre seu tempo, algum que no consegue mais ficar em silncio e em privacidade. E deixar celular em cima de mesa de restaurante, s perdoo se o cara estivar com a me no leito de morte e for ligeiramente surdo. Isso tudo me ocorreu enquanto lia o livro infantil O menino que queria ser celular, de Marcelo Pires, com ilustraes de Roberto Lautert. Conta a historia de um garotinho que no suporta mais a falta de comunicao com o pai e a me, j que ambos no conseguem desligar o celular nem por um instante, nem no fim de semana levam o celular at para o banheiro. O menino no tem vez. A a ideia: se ele fosse um celular, receberia muito mais ateno. No histria da carochinha, isso rola pra valer. Adultos e adolescentes esto virando dependentes de um aparelho telefnico e desenvolvendo uma nova fobia: medo de ser esquecido. E d-lhe falar a toda hora, por qualquer motivo, numa esquizofrenia considerada, ora, ora, moderna. Os celulares esto cada dia menores e mais fininhos. Mas so eles que esto botando muita gente na palma da mo. (MEDEIROS, Martha. O reinado do celular. In:__. Montanha Russa; Coisas da vida; Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LPM, 2013. p. 369-370.) Em que opo a reescritura do texto est INCORRETA, de acordo com a norma padro?
(Esc. Naval 2015) Os celulares Resolvi optar pela forma de plural, pois vejo tanta gente agora com, pelo menos, dois. O que me pergunto como se comportaria a maioria das pessoas sem celular, como viver hoje sem ele? Uma epidemia neurtica grave atacaria a populao? Certamente! Quem no tem seu celular hoje em dia? Crianas, cada vez mais crianas, lidam, e bem, com ele. Apenas uns poucos retrgrados, avessos ao progresso tecnolgico. A fora consumista do aparelho foi crescendo com a possibilidade de suas crescentes utilizaes. Me poupem de enumer-las, pois s sei de algumas. De fato, ele faz hoje em dia de um tudo. Diria mesmo que o celular veio a modificar as relaes do ser humano com a vida e com as outras pessoas. At que no custei tanto assim a aderir a este telefoninho! Nem posso deixar de reconhecer que ele tem me quebrado uns galhos importantes no corre-corre da vida. Mas me utilizo dele pouco e apenas para receber e efetuar ligaes. Nem lembro que ele marca as horas, possui calendrio. verdade, recebi uns torpedos, e com dificuldade, enviei outros, bem raros. Imagine tirar fotos, conect-lo internet, ao Facebook! No quero passar por um desajustado vida moderna. Isto no! No computador, por exemplo, alm dos e-mails, participo de rede social, digito (mal), verdade, meus textos, fao l algumas compras e pesquisas... Fora dele, tenho meus cartes de crdito, efetuo pagamentos nas mquinas bancrias e, muito importante, sei de cabea todas as minhas senhas, que vo se multiplicando. Haja memria! Mas, no caso dos celulares, o que me chama mesmo a ateno que as pessoas parecem no se desgrudar dele, em qualquer situao, ou ligando para algum, ou entrando em contato com a internet, acompanhando o movimento das postagens do face, ou mesmo brincando com seus joguinhos, como procedem alguns taxistas, naqueles instantes em que param nos sinais ou em que o trnsito est emperrado. No h como negar, contudo, que esta utilizao constante do aparelhinho tem causado desconfortos sociais. Comenta a Danuza Leo: Outro dia fui a um jantar com mais seis pessoas e todas elas seguravam um celular. Pior, duas delas, descobri depois, trocavam torpedos entre elas. Me sinto muito constrangido quando, num grupo, em torno de uma mesa, tem algum, do meu lado, falando, sem parar, pelo celular. Pior, bem pior, quando estou s com algum, e esta pessoa fica atendendo ligaes contnuas, algumas delas com aquela voz abafada, sussurrante... Pode? frequente um casal se sentar a uma mesa colada minha, em um restaurante e, depois, feitos os pedidos aos garons, a mulher e o homem tomam, de imediato, os seus respectivos celulares. E ficam neles conversando quase o tempo todo, mesmo aps o incio da refeio. Se um casal de certa idade, podem me argumentar, no devia ter mais nada para conversar. Afinal, casados h tanto tempo! Porm, vejo tambm casais bem mais jovens, com a mesma atitude, consultando, logo ao se sentarem, os celulares para ver o movimento nas redes sociais, ou enviando torpedos, a maior parte do tempo. Clima de namoro, de seduo, que no brotava dali. Talvez, algum parece ter murmurado, em meu ouvido, assim os casais encontraram uma maneira eficiente de no discutirem. Falando com pessoas no presentes ali. A tecnologia a servio do bom entendimento, de uma refeio em paz. Mas vivencio sempre outras situaes em que o uso do celular me prende a ateno. Entrei em um consultrio mdico, uma senhora aguardava sua vez na sala de espera. Deu para perceber que ela acabava de desligar seu aparelho. Mas, de imediato, fez outra chamada. Estava sentado prxima a ela, que falava bem alto. A ligao era para uma amiga bem ntima, estava claro pela conversa desenrolada, desenrolada mesmo. Em breves minutos, no por nada no, fiquei sabendo de alguns probleminhas da vida desta senhora. No, no vou aqui devassar dela, nem a prpria me deu autorizao para tal... Afinal, sou uma pessoa discreta. No pude foi evitar escutar o que minha companheira de sala de espera... berrava. Para no dizer, no entanto, que no contei nada, tambm discrio demais, s um pequeno detalhe, sem maior surpresa: ela estava a ponto de estrangular o marido. O homem, no posso afianar, aprontava as suas. Do outro lado, a amigona parecia estimular bem a infortunada senhora. De repente, me impedindo de saber mais fatos, a atendente chama a senhora, chegara a sua hora de adentrar ao consultrio do mdico. No sei como ela, bastante exasperada, iria enfrentar um exame, na verdade, delicado. No deu para v-la sair pela outra porta. , os celulares criaram estas situaes, propiciando j a formao do que poder vir a ser chamado de auditeurismo, que ficar, assim, ao lado do antigo voyeurismo. (UCHA, Carlos Eduardo Falco. Os celulares. In: ______. A vida e o tempo em tom de conversa. 1 Ed. Rio de Janeiro: Odisseia, 2013. P. 150-153.) Em sua linha argumentativa, o autor do texto
(Esc. Naval 2015) Os celulares Resolvi optar pela forma de plural, pois vejo tanta gente agora com, pelo menos, dois. O que me pergunto é como se comportaria a maioria das pessoas sem celular, como viver hoje sem ele? Uma epidemia neurótica grave atacaria a população? Certamente! Quem não tem seu celular hoje em dia? Crianças, cada vez mais crianças, lidam, e bem, com ele. Apenas uns poucos retrógrados, avessos ao progresso tecnológico. A força consumista do aparelho foi crescendo com a possibilidade de suas crescentes utilizações. Me poupem de enumerá-las, pois só sei de algumas. De fato, ele faz hoje em dia de um tudo. Diria mesmo que o celular veio a modificar as relações do ser humano com a vida e com as outras pessoas. Até que não custei tanto assim a aderir a este telefoninho! Nem posso deixar de reconhecer que ele tem me quebrado uns galhos importantes no corre-corre da vida. Mas me utilizo dele pouco e apenas para receber e efetuar ligações. Nem lembro que ele marca as horas, possui calendário. É verdade, recebi uns torpedos, e com dificuldade, enviei outros, bem raros. Imagine tirar fotos, conectá-lo à internet, ao Facebook! Não quero passar por um desajustado à vida moderna. Isto não! No computador, por exemplo, além dos e-mails, participo de rede social, digito (mal), é verdade, meus textos, faço lá algumas compras e pesquisas... Fora dele, tenho meus cartões de crédito, efetuo pagamentos nas máquinas bancárias e, muito importante, sei de cabeça todas as minhas senhas, que vão se multiplicando. Haja memória! Mas, no caso dos celulares, o que me chama mesmo a atenção é que as pessoas parecem não se desgrudar dele, em qualquer situação, ou ligando para alguém, ou entrando em contato com a internet, acompanhando o movimento das postagens do face, ou mesmo brincando com seus joguinhos, como procedem alguns taxistas, naqueles instantes em que param nos sinais ou em que o trânsito está emperrado. Não há como negar, contudo, que esta utilização constante do aparelhinho tem causado desconfortos sociais. Comenta a Danuza Leão: Outro dia fui a um jantar com mais seis pessoas e todas elas seguravam um celular. Pior, duas delas, descobri depois, trocavam torpedos entre elas. Me sinto muito constrangido quando, num grupo, em torno de uma mesa, tem alguém, do meu lado, falando, sem parar, pelo celular. Pior, bem pior, quando estou só com alguém, e esta pessoa fica atendendo ligações contínuas, algumas delas com aquela voz abafada, sussurrante... Pode? É frequente um casal se sentar a uma mesa colada à minha, em um restaurante e, depois, feitos os pedidos aos garçons, a mulher e o homem tomam, de imediato, os seus respectivos celulares. E ficam neles conversando quase o tempo todo, mesmo após o início da refeição. Se é um casal de certa idade, podem me argumentar, não devia ter mais nada para conversar. Afinal, casados há tanto tempo! Porém, vejo também casais bem mais jovens, com a mesma atitude, consultando, logo ao se sentarem, os celulares para ver o movimento nas redes sociais, ou enviando torpedos, a maior parte do tempo. Clima de namoro, de sedução, é que não brotava dali. Talvez, alguém parece ter murmurado, em meu ouvido, assim os casais encontraram uma maneira eficiente de não discutirem. Falando com pessoas não presentes ali. A tecnologia a serviço do bom entendimento, de uma refeição em paz. Mas vivencio sempre outras situações em que o uso do celular me prende a atenção. Entrei em um consultório médico, uma senhora aguardava sua vez na sala de espera. Deu para perceber que ela acabava de desligar seu aparelho. Mas, de imediato, fez outra chamada. Estava sentado próxima a ela, que falava bem alto. A ligação era para uma amiga bem íntima, estava claro pela conversa desenrolada, desenrolada mesmo. Em breves minutos, não é por nada não, fiquei sabendo de alguns probleminhas da vida desta senhora. Não, não vou aqui devassar dela, nem a própria me deu autorização para tal... Afinal, sou uma pessoa discreta. Não pude foi evitar escutar o que minha companheira de sala de espera... berrava. Para não dizer, no entanto, que não contei nada, também é discrição demais, só um pequeno detalhe, sem maior surpresa: ela estava a ponto de estrangular o marido. O homem, não posso afiançar, aprontava as suas. Do outro lado, a amigona parecia estimular bem a infortunada senhora. De repente, me impedindo de saber mais fatos, a atendente chama a senhora, chegara a sua hora de adentrar ao consultório do médico. Não sei como ela, bastante exasperada, iria enfrentar um exame, na verdade, delicado. Não deu para vê-la sair pela outra porta. É, os celulares criaram estas situações, propiciando já a formação do que poderá vir a ser chamado de auditeurismo, que ficará, assim, ao lado do antigo voyeurismo. (UCHÔA, Carlos Eduardo Falcão. Os celulares. In: ______. A vida e o tempo em tom de conversa. 1 Ed. Rio de Janeiro: Odisseia, 2013. P. 150-153.) Em que opção o referente do termo sublinhado está corretamente indicado?
(Esc. Naval 2015) O reinado do celular De alto a baixo da pirâmide social, quase todas as pessoas que eu conheço possuem celular. É realmente um grande quebra-galho. Quando estamos na rua e precisamos dar um recado, é só sacar o aparelhinho da bolsa e resolver a questão, caso não dê pra esperar chegar em casa. Pra isso e só pra isso serve o telefone móvel, na minha inocente opinião. Ao contrário da maioria das mulheres, nunca fui fanática por telefone, incluindo o fixo. Uso com muito comedimento para resolver assuntos de trabalho, combinar encontros, cumprimentar alguém, essas coisas realmente rápidas. Fazer visita por telefone é algo para o qual não tenho a menor paciência. Por celular, muito menos. Considero-o um excelente resolvedor de pendências e nada mais. Logo, você pode imaginar meu espanto ao constatar como essa engenhoca se transformou no símbolo da neurose urbana. Outro dia fui assistir a um show. Minutos antes de começar, o lobby do teatro estava repleto de pessoas falando ao celular. Vou ter que desligar, o espetáculo vai começar agora. Era como se todos estivessem se despedindo antes de embarcar para a lua. Ao término do show, as luzes do teatro mal tinham acendido quando todos voltaram a ligar seus celulares e instantaneamente se puseram a discar. Para quem? Para quê? Para contar sobre o show para os amigos, para saber o saldo no banco, para o tele-horóscopo?? Nunca vi tamanha urgência em se comunicar à distância. Conversar entre si, com o sujeito ao lado, quase ninguém conversava. O celular deixou de ser uma necessidade para virar uma ansiedade. E toda ânsia nos mantém reféns. Quando vejo alguém checando suas mensagens a todo minuto e fazendo ligações triviais em público, não imagino estar diante de uma pessoa ocupada e poderosa, e sim de uma pessoa rendida: alguém que não possui mais controle sobre seu tempo, alguém que não consegue mais ficar em silêncio e em privacidade. E deixar celular em cima de mesa de restaurante, só perdoo se o cara estivar com a mãe no leito de morte e for ligeiramente surdo. Isso tudo me ocorreu enquanto lia o livro infantil O menino que queria ser celular, de Marcelo Pires, com ilustrações de Roberto Lautert. Conta a historia de um garotinho que não suporta mais a falta de comunicação com o pai e a mãe, já que ambos não conseguem desligar o celular nem por um instante, nem no fim de semana levam o celular até para o banheiro. O menino não tem vez. Aí a ideia: se ele fosse um celular, receberia muito mais atenção. Não é história da carochinha, isso rola pra valer. Adultos e adolescentes estão virando dependentes de um aparelho telefônico e desenvolvendo uma nova fobia: medo de ser esquecido. E dá-lhe falar a toda hora, por qualquer motivo, numa esquizofrenia considerada, ora, ora, moderna. Os celulares estão cada dia menores e mais fininhos. Mas são eles que estão botando muita gente na palma da mão. (MEDEIROS, Martha. O reinado do celular. In:__. Montanha Russa; Coisas da vida; Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LPM, 2013. p. 369-370.) Que opção NÃO justifica explicitamente o título do texto?
(Esc. Naval 2015) O reinado do celular De alto a baixo da pirâmide social, quase todas as pessoas que eu conheço possuem celular. É realmente um grande quebra-galho. Quando estamos na rua e precisamos dar um recado, é só sacar o aparelhinho da bolsa e resolver a questão, caso não dê pra esperar chegar em casa. Pra isso e só pra isso serve o telefone móvel, na minha inocente opinião. Ao contrário da maioria das mulheres, nunca fui fanática por telefone, incluindo o fixo. Uso com muito comedimento para resolver assuntos de trabalho, combinar encontros, cumprimentar alguém, essas coisas realmente rápidas. Fazer visita por telefone é algo para o qual não tenho a menor paciência. Por celular, muito menos. Considero-o um excelente resolvedor de pendências e nada mais. Logo, você pode imaginar meu espanto ao constatar como essa engenhoca se transformou no símbolo da neurose urbana. Outro dia fui assistir a um show. Minutos antes de começar, o lobby do teatro estava repleto de pessoas falando ao celular. Vou ter que desligar, o espetáculo vai começar agora. Era como se todos estivessem se despedindo antes de embarcar para a lua. Ao término do show, as luzes do teatro mal tinham acendido quando todos voltaram a ligar seus celulares e instantaneamente se puseram a discar. Para quem? Para quê? Para contar sobre o show para os amigos, para saber o saldo no banco, para o tele-horóscopo?? Nunca vi tamanha urgência em se comunicar à distância. Conversar entre si, com o sujeito ao lado, quase ninguém conversava. O celular deixou de ser uma necessidade para virar uma ansiedade. E toda ânsia nos mantém reféns. Quando vejo alguém checando suas mensagens a todo minuto e fazendo ligações triviais em público, não imagino estar diante de uma pessoa ocupada e poderosa, e sim de uma pessoa rendida: alguém que não possui mais controle sobre seu tempo, alguém que não consegue mais ficar em silêncio e em privacidade. E deixar celular em cima de mesa de restaurante, só perdoo se o cara estivar com a mãe no leito de morte e for ligeiramente surdo. Isso tudo me ocorreu enquanto lia o livro infantil O menino que queria ser celular, de Marcelo Pires, com ilustrações de Roberto Lautert. Conta a historia de um garotinho que não suporta mais a falta de comunicação com o pai e a mãe, já que ambos não conseguem desligar o celular nem por um instante, nem no fim de semana levam o celular até para o banheiro. O menino não tem vez. Aí a ideia: se ele fosse um celular, receberia muito mais atenção. Não é história da carochinha, isso rola pra valer. Adultos e adolescentes estão virando dependentes de um aparelho telefônico e desenvolvendo uma nova fobia: medo de ser esquecido. E dá-lhe falar a toda hora, por qualquer motivo, numa esquizofrenia considerada, ora, ora, moderna. Os celulares estão cada dia menores e mais fininhos. Mas são eles que estão botando muita gente na palma da mão. (MEDEIROS, Martha. O reinado do celular. In:__. Montanha Russa; Coisas da vida; Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LPM, 2013. p. 369-370.) Em que opção o termo sublinhado exerce a mesma função que o pronome destacado em De alto a baixo da pirâmide social, quase todas as pessoas que eu conheço possuem celular. (1 )?
(Esc. Naval 2015) O reinado do celular De alto a baixo da pirâmide social, quase todas as pessoas que eu conheço possuem celular. É realmente um grande quebra-galho. Quando estamos na rua e precisamos dar um recado, é só sacar o aparelhinho da bolsa e resolver a questão, caso não dê pra esperar chegar em casa. Pra isso e só pra isso serve o telefone móvel, na minha inocente opinião. Ao contrário da maioria das mulheres, nunca fui fanática por telefone, incluindo o fixo. Uso com muito comedimento para resolver assuntos de trabalho, combinar encontros, cumprimentar alguém, essas coisas realmente rápidas. Fazer visita por telefone é algo para o qual não tenho a menor paciência. Por celular, muito menos. Considero-o um excelente resolvedor de pendências e nada mais. Logo, você pode imaginar meu espanto ao constatar como essa engenhoca se transformou no símbolo da neurose urbana. Outro dia fui assistir a um show. Minutos antes de começar, o lobby do teatro estava repleto de pessoas falando ao celular. Vou ter que desligar, o espetáculo vai começar agora. Era como se todos estivessem se despedindo antes de embarcar para a lua. Ao término do show, as luzes do teatro mal tinham acendido quando todos voltaram a ligar seus celulares e instantaneamente se puseram a discar. Para quem? Para quê? Para contar sobre o show para os amigos, para saber o saldo no banco, para o tele-horóscopo?? Nunca vi tamanha urgência em se comunicar à distância. Conversar entre si, com o sujeito ao lado, quase ninguém conversava. O celular deixou de ser uma necessidade para virar uma ansiedade. E toda ânsia nos mantém reféns. Quando vejo alguém checando suas mensagens a todo minuto e fazendo ligações triviais em público, não imagino estar diante de uma pessoa ocupada e poderosa, e sim de uma pessoa rendida: alguém que não possui mais controle sobre seu tempo, alguém que não consegue mais ficar em silêncio e em privacidade. E deixar celular em cima de mesa de restaurante, só perdoo se o cara estivar com a mãe no leito de morte e for ligeiramente surdo. Isso tudo me ocorreu enquanto lia o livro infantil O menino que queria ser celular, de Marcelo Pires, com ilustrações de Roberto Lautert. Conta a historia de um garotinho que não suporta mais a falta de comunicação com o pai e a mãe, já que ambos não conseguem desligar o celular nem por um instante, nem no fim de semana levam o celular até para o banheiro. O menino não tem vez. Aí a ideia: se ele fosse um celular, receberia muito mais atenção. Não é história da carochinha, isso rola pra valer. Adultos e adolescentes estão virando dependentes de um aparelho telefônico e desenvolvendo uma nova fobia: medo de ser esquecido. E dá-lhe falar a toda hora, por qualquer motivo, numa esquizofrenia considerada, ora, ora, moderna. Os celulares estão cada dia menores e mais fininhos. Mas são eles que estão botando muita gente na palma da mão. (MEDEIROS, Martha. O reinado do celular. In:__. Montanha Russa; Coisas da vida; Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LPM, 2013. p. 369-370.) Leia o trecho abaixo: O celular deixou de ser uma necessidade para virar uma ansiedade. (4 ) Em que opção a reescritura desse trecho mantém a significação, em relação ao seu uso no texto?
(Esc. Naval 2015) Texto 1 Os celulares Resolvi optar pela forma de plural, pois vejo tanta gente agora com, pelo menos, dois. O que me pergunto é como se comportaria a maioria das pessoas sem celular, como viver hoje sem ele? Uma epidemia neurótica grave atacaria a população? Certamente! Quem não tem seu celular hoje em dia? Crianças, cada vez mais crianças, lidam, e bem, com ele. Apenas uns poucos retrógrados, avessos ao progresso tecnológico. A força consumista do aparelho foi crescendo com a possibilidade de suas crescentes utilizações. Me poupem de enumerá-las, pois só sei de algumas. De fato, ele faz hoje em dia de um tudo. Diria mesmo que o celular veio a modificar as relações do ser humano com a vida e com as outras pessoas. Até que não custei tanto assim a aderir a este telefoninho! Nem posso deixar de reconhecer que ele tem me quebrado uns galhos importantes no corre-corre da vida. Mas me utilizo dele pouco e apenas para receber e efetuar ligações. Nem lembro que ele marca as horas, possui calendário. É verdade, recebi uns torpedos, e com dificuldade, enviei outros, bem raros. Imagine tirar fotos, conectá-lo à internet, ao Facebook! Não quero passar por um desajustado à vida moderna. Isto não! No computador, por exemplo, além dos e-mails, participo de rede social, digito (mal), é verdade, meus textos, faço lá algumas compras e pesquisas... Fora dele, tenho meus cartões de crédito, efetuo pagamentos nas máquinas bancárias e, muito importante, sei de cabeça todas as minhas senhas, que vão se multiplicando. Haja memória! Mas, no caso dos celulares, o que me chama mesmo a atenção é que as pessoas parecem não se desgrudar dele, em qualquer situação, ou ligando para alguém, ou entrando em contato com a internet, acompanhando o movimento das postagens do face, ou mesmo brincando com seus joguinhos, como procedem alguns taxistas, naqueles instantes em que param nos sinais ou em que o trânsito está emperrado. Não há como negar, contudo, que esta utilização constante do aparelhinho tem causado desconfortos sociais. Comenta a Danuza Leão: Outro dia fui a um jantar com mais seis pessoas e todas elas seguravam um celular. Pior, duas delas, descobri depois, trocavam torpedos entre elas. Me sinto muito constrangido quando, num grupo, em torno de uma mesa, tem alguém, do meu lado, falando, sem parar, pelo celular. Pior, bem pior, quando estou só com alguém, e esta pessoa fica atendendo ligações contínuas, algumas delas com aquela voz abafada, sussurrante... Pode? É frequente um casal se sentar a uma mesa colada à minha, em um restaurante e, depois, feitos os pedidos aos garçons, a mulher e o homem tomam, de imediato, os seus respectivos celulares. E ficam neles conversando quase o tempo todo, mesmo após o início da refeição. Se é um casal de certa idade, podem me argumentar, não devia ter mais nada para conversar. Afinal, casados há tanto tempo! Porém, vejo também casais bem mais jovens, com a mesma atitude, consultando, logo ao se sentarem, os celulares para ver o movimento nas redes sociais, ou enviando torpedos, a maior parte do tempo. Clima de namoro, de sedução, é que não brotava dali. Talvez, alguém parece ter murmurado, em meu ouvido, assim os casais encontraram uma maneira eficiente de não discutirem. Falando com pessoas não presentes ali. A tecnologia a serviço do bom entendimento, de uma refeição em paz. Mas vivencio sempre outras situações em que o uso do celular me prende a atenção. Entrei em um consultório médico, uma senhora aguardava sua vez na sala de espera. Deu para perceber que ela acabava de desligar seu aparelho. Mas, de imediato, fez outra chamada. Estava sentado próxima a ela, que falava bem alto. A ligação era para uma amiga bem íntima, estava claro pela conversa desenrolada, desenrolada mesmo. Em breves minutos, não é por nada não, fiquei sabendo de alguns probleminhas da vida desta senhora. Não, não vou aqui devassar dela, nem a própria me deu autorização para tal... Afinal, sou uma pessoa discreta. Não pude foi evitar escutar o que minha companheira de sala de espera... berrava. Para não dizer, no entanto, que não contei nada, também é discrição demais, só um pequeno detalhe, sem maior surpresa: ela estava a ponto de estrangular o marido. O homem, não posso afiançar, aprontava as suas. Do outro lado, a amigona parecia estimular bem a infortunada senhora. De repente, me impedindo de saber mais fatos, a atendente chama a senhora, chegara a sua hora de adentrar ao consultório do médico. Não sei como ela, bastante exasperada, iria enfrentar um exame, na verdade, delicado. Não deu para vê-la sair pela outra porta. É, os celulares criaram estas situações, propiciando já a formação do que poderá vir a ser chamado de auditeurismo, que ficará, assim, ao lado do antigo voyeurismo. (UCHÔA, Carlos Eduardo Falcão. Os celulares. In: ______. A vida e o tempo em tom de conversa. 1 Ed. Rio de Janeiro: Odisseia, 2013. P. 150-153.) Texto 2 O reinado do celular De alto a baixo da pirâmide social, quase todas as pessoas que eu conheço possuem celular. É realmente um grande quebra-galho. Quando estamos na rua e precisamos dar um recado, é só sacar o aparelhinho da bolsa e resolver a questão, caso não dê pra esperar chegar em casa. Pra isso e só pra isso serve o telefone móvel, na minha inocente opinião. Ao contrário da maioria das mulheres, nunca fui fanática por telefone, incluindo o fixo. Uso com muito comedimento para resolver assuntos de trabalho, combinar encontros, cumprimentar alguém, essas coisas realmente rápidas. Fazer visita por telefone é algo para o qual não tenho a menor paciência. Por celular, muito menos. Considero-o um excelente resolvedor de pendências e nada mais. Logo, você pode imaginar meu espanto ao constatar como essa engenhoca se transformou no símbolo da neurose urbana. Outro dia fui assistir a um show. Minutos antes de começar, o lobby do teatro estava repleto de pessoas falando ao celular. Vou ter que desligar, o espetáculo vai começar agora. Era como se todos estivessem se despedindo antes de embarcar para a lua. Ao término do show, as luzes do teatro mal tinham acendido quando todos voltaram a ligar seus celulares e instantaneamente se puseram a discar. Para quem? Para quê? Para contar sobre o show para os amigos, para saber o saldo no banco, para o tele-horóscopo?? Nunca vi tamanha urgência em se comunicar à distância. Conversar entre si, com o sujeito ao lado, quase ninguém conversava. O celular deixou de ser uma necessidade para virar uma ansiedade. E toda ânsia nos mantém reféns. Quando vejo alguém checando suas mensagens a todo minuto e fazendo ligações triviais em público, não imagino estar diante de uma pessoa ocupada e poderosa, e sim de uma pessoa rendida: alguém que não possui mais controle sobre seu tempo, alguém que não consegue mais ficar em silêncio e em privacidade. E deixar celular em cima de mesa de restaurante, só perdoo se o cara estivar com a mãe no leito de morte e for ligeiramente surdo. Isso tudo me ocorreu enquanto lia o livro infantil O menino que queria ser celular, de Marcelo Pires, com ilustrações de Roberto Lautert. Conta a historia de um garotinho que não suporta mais a falta de comunicação com o pai e a mãe, já que ambos não conseguem desligar o celular nem por um instante, nem no fim de semana levam o celular até para o banheiro. O menino não tem vez. Aí a ideia: se ele fosse um celular, receberia muito mais atenção. Não é história da carochinha, isso rola pra valer. Adultos e adolescentes estão virando dependentes de um aparelho telefônico e desenvolvendo uma nova fobia: medo de ser esquecido. E dá-lhe falar a toda hora, por qualquer motivo, numa esquizofrenia considerada, ora, ora, moderna. Os celulares estão cada dia menores e mais fininhos. Mas são eles que estão botando muita gente na palma da mão. (MEDEIROS, Martha. O reinado do celular. In:__. Montanha Russa; Coisas da vida; Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LPM, 2013. p. 369-370.) Leia os trechos abaixo: I. Até que não custei tanto assim a aderir [...] (Texto 1, 2 ) II. [...] levam o celular até para o banheiro. (Texto 2, 5 ) Assinale a opção em que o comentário sobre o emprego dos elementos destacados está correto.
(Esc. Naval 2015) Texto 1 Os celulares Resolvi optar pela forma de plural, pois vejo tanta gente agora com, pelo menos, dois. O que me pergunto é como se comportaria a maioria das pessoas sem celular, como viver hoje sem ele? Uma epidemia neurótica grave atacaria a população? Certamente! Quem não tem seu celular hoje em dia? Crianças, cada vez mais crianças, lidam, e bem, com ele. Apenas uns poucos retrógrados, avessos ao progresso tecnológico. A força consumista do aparelho foi crescendo com a possibilidade de suas crescentes utilizações. Me poupem de enumerá-las, pois só sei de algumas. De fato, ele faz hoje em dia de um tudo. Diria mesmo que o celular veio a modificar as relações do ser humano com a vida e com as outras pessoas. Até que não custei tanto assim a aderir a este telefoninho! Nem posso deixar de reconhecer que ele tem me quebrado uns galhos importantes no corre-corre da vida. Mas me utilizo dele pouco e apenas para receber e efetuar ligações. Nem lembro que ele marca as horas, possui calendário. É verdade, recebi uns torpedos, e com dificuldade, enviei outros, bem raros. Imagine tirar fotos, conectá-lo à internet, ao Facebook! Não quero passar por um desajustado à vida moderna. Isto não! No computador, por exemplo, além dos e-mails, participo de rede social, digito (mal), é verdade, meus textos, faço lá algumas compras e pesquisas... Fora dele, tenho meus cartões de crédito, efetuo pagamentos nas máquinas bancárias e, muito importante, sei de cabeça todas as minhas senhas, que vão se multiplicando. Haja memória! Mas, no caso dos celulares, o que me chama mesmo a atenção é que as pessoas parecem não se desgrudar dele, em qualquer situação, ou ligando para alguém, ou entrando em contato com a internet, acompanhando o movimento das postagens do face, ou mesmo brincando com seus joguinhos, como procedem alguns taxistas, naqueles instantes em que param nos sinais ou em que o trânsito está emperrado. Não há como negar, contudo, que esta utilização constante do aparelhinho tem causado desconfortos sociais. Comenta a Danuza Leão: Outro dia fui a um jantar com mais seis pessoas e todas elas seguravam um celular. Pior, duas delas, descobri depois, trocavam torpedos entre elas. Me sinto muito constrangido quando, num grupo, em torno de uma mesa, tem alguém, do meu lado, falando, sem parar, pelo celular. Pior, bem pior, quando estou só com alguém, e esta pessoa fica atendendo ligações contínuas, algumas delas com aquela voz abafada, sussurrante... Pode? É frequente um casal se sentar a uma mesa colada à minha, em um restaurante e, depois, feitos os pedidos aos garçons, a mulher e o homem tomam, de imediato, os seus respectivos celulares. E ficam neles conversando quase o tempo todo, mesmo após o início da refeição. Se é um casal de certa idade, podem me argumentar, não devia ter mais nada para conversar. Afinal, casados há tanto tempo! Porém, vejo também casais bem mais jovens, com a mesma atitude, consultando, logo ao se sentarem, os celulares para ver o movimento nas redes sociais, ou enviando torpedos, a maior parte do tempo. Clima de namoro, de sedução, é que não brotava dali. Talvez, alguém parece ter murmurado, em meu ouvido, assim os casais encontraram uma maneira eficiente de não discutirem. Falando com pessoas não presentes ali. A tecnologia a serviço do bom entendimento, de uma refeição em paz. Mas vivencio sempre outras situações em que o uso do celular me prende a atenção. Entrei em um consultório médico, uma senhora aguardava sua vez na sala de espera. Deu para perceber que ela acabava de desligar seu aparelho. Mas, de imediato, fez outra chamada. Estava sentado próxima a ela, que falava bem alto. A ligação era para uma amiga bem íntima, estava claro pela conversa desenrolada, desenrolada mesmo. Em breves minutos, não é por nada não, fiquei sabendo de alguns probleminhas da vida desta senhora. Não, não vou aqui devassar dela, nem a própria me deu autorização para tal... Afinal, sou uma pessoa discreta. Não pude foi evitar escutar o que minha companheira de sala de espera... berrava. Para não dizer, no entanto, que não contei nada, também é discrição demais, só um pequeno detalhe, sem maior surpresa: ela estava a ponto de estrangular o marido. O homem, não posso afiançar, aprontava as suas. Do outro lado, a amigona parecia estimular bem a infortunada senhora. De repente, me impedindo de saber mais fatos, a atendente chama a senhora, chegara a sua hora de adentrar ao consultório do médico. Não sei como ela, bastante exasperada, iria enfrentar um exame, na verdade, delicado. Não deu para vê-la sair pela outra porta. É, os celulares criaram estas situações, propiciando já a formação do que poderá vir a ser chamado de auditeurismo, que ficará, assim, ao lado do antigo voyeurismo. (UCHÔA, Carlos Eduardo Falcão. Os celulares. In: ______. A vida e o tempo em tom de conversa. 1 Ed. Rio de Janeiro: Odisseia, 2013. P. 150-153.) Texto 2 O reinado do celular De alto a baixo da pirâmide social, quase todas as pessoas que eu conheço possuem celular. É realmente um grande quebra-galho. Quando estamos na rua e precisamos dar um recado, é só sacar o aparelhinho da bolsa e resolver a questão, caso não dê pra esperar chegar em casa. Pra isso e só pra isso serve o telefone móvel, na minha inocente opinião. Ao contrário da maioria das mulheres, nunca fui fanática por telefone, incluindo o fixo. Uso com muito comedimento para resolver assuntos de trabalho, combinar encontros, cumprimentar alguém, essas coisas realmente rápidas. Fazer visita por telefone é algo para o qual não tenho a menor paciência. Por celular, muito menos. Considero-o um excelente resolvedor de pendências e nada mais. Logo, você pode imaginar meu espanto ao constatar como essa engenhoca se transformou no símbolo da neurose urbana. Outro dia fui assistir a um show. Minutos antes de começar, o lobby do teatro estava repleto de pessoas falando ao celular. Vou ter que desligar, o espetáculo vai começar agora. Era como se todos estivessem se despedindo antes de embarcar para a lua. Ao término do show, as luzes do teatro mal tinham acendido quando todos voltaram a ligar seus celulares e instantaneamente se puseram a discar. Para quem? Para quê? Para contar sobre o show para os amigos, para saber o saldo no banco, para o tele-horóscopo?? Nunca vi tamanha urgência em se comunicar à distância. Conversar entre si, com o sujeito ao lado, quase ninguém conversava. O celular deixou de ser uma necessidade para virar uma ansiedade. E toda ânsia nos mantém reféns. Quando vejo alguém checando suas mensagens a todo minuto e fazendo ligações triviais em público, não imagino estar diante de uma pessoa ocupada e poderosa, e sim de uma pessoa rendida: alguém que não possui mais controle sobre seu tempo, alguém que não consegue mais ficar em silêncio e em privacidade. E deixar celular em cima de mesa de restaurante, só perdoo se o cara estivar com a mãe no leito de morte e for ligeiramente surdo. Isso tudo me ocorreu enquanto lia o livro infantil O menino que queria ser celular, de Marcelo Pires, com ilustrações de Roberto Lautert. Conta a historia de um garotinho que não suporta mais a falta de comunicação com o pai e a mãe, já que ambos não conseguem desligar o celular nem por um instante, nem no fim de semana levam o celular até para o banheiro. O menino não tem vez. Aí a ideia: se ele fosse um celular, receberia muito mais atenção. Não é história da carochinha, isso rola pra valer. Adultos e adolescentes estão virando dependentes de um aparelho telefônico e desenvolvendo uma nova fobia: medo de ser esquecido. E dá-lhe falar a toda hora, por qualquer motivo, numa esquizofrenia considerada, ora, ora, moderna. Os celulares estão cada dia menores e mais fininhos. Mas são eles que estão botando muita gente na palma da mão. (MEDEIROS, Martha. O reinado do celular. In:__. Montanha Russa; Coisas da vida; Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LPM, 2013. p. 369-370.) A respeito do uso do telefone celular, que opção apresenta uma referência argumentativa comum dois textos?
(Esc. Naval 2015) O reinado do celular De alto a baixo da pirmide social, quase todas as pessoas que eu conheo possuem celular. realmente um grande quebra-galho. Quando estamos na rua e precisamos dar um recado, s sacar o aparelhinho da bolsa e resolver a questo, caso no d pra esperar chegar em casa. Pra isso e s pra isso serve o telefone mvel, na minha inocente opinio. Ao contrrio da maioria das mulheres, nunca fui fantica por telefone, incluindo o fixo. Uso com muito comedimento para resolver assuntos de trabalho, combinar encontros, cumprimentar algum, essas coisas realmente rpidas. Fazer visita por telefone algo para o qual no tenho a menor pacincia. Por celular, muito menos. Considero-o um excelente resolvedor de pendncias e nada mais. Logo, voc pode imaginar meu espanto ao constatar como essa engenhoca se transformou no smbolo da neurose urbana. Outro dia fui assistir a um show. Minutos antes de comear, o lobby do teatro estava repleto de pessoas falando ao celular. Vou ter que desligar, o espetculo vai comear agora. Era como se todos estivessem se despedindo antes de embarcar para a lua. Ao trmino do show, as luzes do teatro mal tinham acendido quando todos voltaram a ligar seus celulares e instantaneamente se puseram a discar. Para quem? Para qu? Para contar sobre o show para os amigos, para saber o saldo no banco, para o tele-horscopo?? Nunca vi tamanha urgncia em se comunicar distncia. Conversar entre si, com o sujeito ao lado, quase ningum conversava. O celular deixou de ser uma necessidade para virar uma ansiedade. E toda nsia nos mantm refns. Quando vejo algum checando suas mensagens a todo minuto e fazendo ligaes triviais em pblico, no imagino estar diante de uma pessoa ocupada e poderosa, e sim de uma pessoa rendida: algum que no possui mais controle sobre seu tempo, algum que no consegue mais ficar em silncio e em privacidade. E deixar celular em cima de mesa de restaurante, s perdoo se o cara estivar com a me no leito de morte e for ligeiramente surdo. Isso tudo me ocorreu enquanto lia o livro infantil O menino que queria ser celular, de Marcelo Pires, com ilustraes de Roberto Lautert. Conta a historia de um garotinho que no suporta mais a falta de comunicao com o pai e a me, j que ambos no conseguem desligar o celular nem por um instante, nem no fim de semana levam o celular at para o banheiro. O menino no tem vez. A a ideia: se ele fosse um celular, receberia muito mais ateno. No histria da carochinha, isso rola pra valer. Adultos e adolescentes esto virando dependentes de um aparelho telefnico e desenvolvendo uma nova fobia: medo de ser esquecido. E d-lhe falar a toda hora, por qualquer motivo, numa esquizofrenia considerada, ora, ora, moderna. Os celulares esto cada dia menores e mais fininhos. Mas so eles que esto botando muita gente na palma da mo. (MEDEIROS, Martha. O reinado do celular. In:__. Montanha Russa; Coisas da vida; Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LPM, 2013. p. 369-370.) Qual a estratgia argumentativa utilizada pela autora, no 3 pargrafo, para defender sua tese?
(Esc. Naval 2015) O reinado do celular De alto a baixo da pirâmide social, quase todas as pessoas que eu conheço possuem celular. É realmente um grande quebra-galho. Quando estamos na rua e precisamos dar um recado, é só sacar o aparelhinho da bolsa e resolver a questão, caso não dê pra esperar chegar em casa. Pra isso e só pra isso serve o telefone móvel, na minha inocente opinião. Ao contrário da maioria das mulheres, nunca fui fanática por telefone, incluindo o fixo. Uso com muito comedimento para resolver assuntos de trabalho, combinar encontros, cumprimentar alguém, essas coisas realmente rápidas. Fazer visita por telefone é algo para o qual não tenho a menor paciência. Por celular, muito menos. Considero-o um excelente resolvedor de pendências e nada mais. Logo, você pode imaginar meu espanto ao constatar como essa engenhoca se transformou no símbolo da neurose urbana. Outro dia fui assistir a um show. Minutos antes de começar, o lobby do teatro estava repleto de pessoas falando ao celular. Vou ter que desligar, o espetáculo vai começar agora. Era como se todos estivessem se despedindo antes de embarcar para a lua. Ao término do show, as luzes do teatro mal tinham acendido quando todos voltaram a ligar seus celulares e instantaneamente se puseram a discar. Para quem? Para quê? Para contar sobre o show para os amigos, para saber o saldo no banco, para o tele-horóscopo?? Nunca vi tamanha urgência em se comunicar à distância. Conversar entre si, com o sujeito ao lado, quase ninguém conversava. O celular deixou de ser uma necessidade para virar uma ansiedade. E toda ânsia nos mantém reféns. Quando vejo alguém checando suas mensagens a todo minuto e fazendo ligações triviais em público, não imagino estar diante de uma pessoa ocupada e poderosa, e sim de uma pessoa rendida: alguém que não possui mais controle sobre seu tempo, alguém que não consegue mais ficar em silêncio e em privacidade. E deixar celular em cima de mesa de restaurante, só perdoo se o cara estivar com a mãe no leito de morte e for ligeiramente surdo. Isso tudo me ocorreu enquanto lia o livro infantil O menino que queria ser celular, de Marcelo Pires, com ilustrações de Roberto Lautert. Conta a historia de um garotinho que não suporta mais a falta de comunicação com o pai e a mãe, já que ambos não conseguem desligar o celular nem por um instante, nem no fim de semana levam o celular até para o banheiro. O menino não tem vez. Aí a ideia: se ele fosse um celular, receberia muito mais atenção. Não é história da carochinha, isso rola pra valer. Adultos e adolescentes estão virando dependentes de um aparelho telefônico e desenvolvendo uma nova fobia: medo de ser esquecido. E dá-lhe falar a toda hora, por qualquer motivo, numa esquizofrenia considerada, ora, ora, moderna. Os celulares estão cada dia menores e mais fininhos. Mas são eles que estão botando muita gente na palma da mão. (MEDEIROS, Martha. O reinado do celular. In:__. Montanha Russa; Coisas da vida; Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LPM, 2013. p. 369-370.) Em que opção a reescritura do texto está INCORRETA, de acordo com a norma padrão?
(ESCOLA NAVAL - 2015) Os celulares Resolvi optar pela forma de plural, pois vejo tanta gente agora com, pelo menos, dois. O que me pergunto como se comportaria a maioria das pessoas sem celular, como viver hoje sem ele? Uma epidemia neurtica grave atacaria a populao? Certamente! Quem no tem seu celular hoje em dia? Crianas, cada vez mais crianas, lidam, e bem, com ele. Apenas uns poucos retrgrados, avessos ao progresso tecnolgico. A fora consumista do aparelho foi crescendo com a possibilidade de suas crescentes utilizaes. Me poupem de enumer-las, pois s sei de algumas. De fato, ele faz hoje em dia de um tudo. Diria mesmo que o celular veio a modificar as relaes do ser humano com a vida e com as outras pessoas. At que no custei tanto assim a aderir a este telefoninho! Nem posso deixar de reconhecer que ele tem me quebrado uns galhos importantes no corre-corre da vida. Mas me utilizo dele pouco e apenas para receber e efetuar ligaes. Nem lembro que ele marca as horas, possui calendrio. verdade, recebi uns torpedos, e com dificuldade, enviei outros, bem raros. Imagine tirar fotos, conect-lo internet, ao Facebook! No quero passar por um desajustado vida moderna. Isto no! No computador, por exemplo, alm dos e-mails, participo de rede social, digito (mal), verdade, meus textos, fao l algumas compras e pesquisas... Fora dele, tenho meus cartes de crdito, efetuo pagamentos nas mquinas bancrias e, muito importante, sei de cabea todas as minhas senhas, que vo se multiplicando. Haja memria! Mas, no caso dos celulares, o que me chama mesmo a ateno que as pessoas parecem no se desgrudar dele, em qualquer situao, ou ligando para algum, ou entrando em contato com a internet, acompanhando o movimento das postagens do face, ou mesmo brincando com seus joguinhos, como procedem alguns taxistas, naqueles instantes em que param nos sinais ou em que o trnsito est emperrado. No h como negar, contudo, que esta utilizao constante do aparelhinho tem causado desconfortos sociais. Comenta a Danuza Leo: Outro dia fui a um jantar com mais seis pessoas e todas elas seguravam um celular. Pior, duas delas, descobri depois, trocavam torpedos entre elas. Me sinto muito constrangido quando, num grupo, em torno de uma mesa, tem algum, do meu lado, falando, sem parar, pelo celular. Pior, bem pior, quando estou s com algum, e esta pessoa fica atendendo ligaes contnuas, algumas delas com aquela voz abafada, sussurrante... Pode? frequente um casal se sentar a uma mesa colada minha, em um restaurante e, depois, feitos os pedidos aos garons, a mulher e o homem tomam, de imediato, os seus respectivos celulares. E ficam neles conversando quase o tempo todo, mesmo aps o incio da refeio. Se um casal de certa idade, podem me argumentar, no devia ter mais nada para conversar. Afinal, casados h tanto tempo! Porm, vejo tambm casais bem mais jovens, com a mesma atitude, consultando, logo ao se sentarem, os celulares para ver o movimento nas redes sociais, ou enviando torpedos, a maior parte do tempo. Clima de namoro, de seduo, que no brotava dali. Talvez, algum parece ter murmurado, em meu ouvido, assim os casais encontraram uma maneira eficiente de no discutirem. Falando com pessoas no presentes ali. A tecnologia a servio do bom entendimento, de uma refeio em paz. Mas vivencio sempre outras situaes em que o uso do celular me prende a ateno. Entrei em um consultrio mdico, uma senhora aguardava sua vez na sala de espera. Deu para perceber que ela acabava de desligar seu aparelho. Mas, de imediato, fez outra chamada. Estava sentado prxima a ela, que falava bem alto. A ligao era para uma amiga bem ntima, estava claro pela conversa desenrolada, desenrolada mesmo. Em breves minutos, no por nada no, fiquei sabendo de alguns probleminhas da vida desta senhora. No, no vou aqui devassar dela, nem a prpria me deu autorizao para tal... Afinal, sou uma pessoa discreta. No pude foi evitar escutar o que minha companheira de sala de espera... berrava. Para no dizer, no entanto, que no contei nada, tambm discrio demais, s um pequeno detalhe, sem maior surpresa: ela estava a ponto de estrangular o marido. O homem, no posso afianar, aprontava as suas. Do outro lado, a amigona parecia estimular bem a infortunada senhora. De repente, me impedindo de saber mais fatos, a atendente chama a senhora, chegara a sua hora de adentrar ao consultrio do mdico. No sei como ela, bastante exasperada, iria enfrentar um exame, na verdade, delicado. No deu para v-la sair pela outra porta. , os celulares criaram estas situaes, propiciando j a formao do que poder vir a ser chamado de auditeurismo, que ficar, assim, ao lado do antigo voyeurismo. (UCHA, Carlos Eduardo Falco. Os celulares. In: ______. A vida e o tempo em tom de conversa. 1 Ed. Rio de Janeiro: Odisseia, 2013. P. 150-153.) Assinale a opo em que a reescritura da frase, flexionada no plural, manteve-se coerente e plenamente de acordo com a modalidade padro da lngua portuguesa.